quinta-feira, fevereiro 23, 2006

O Citi vem aí....

O Citigroup anuncia em breve novos planos de expansão para o Brasil.

Por enquanto, o fará através de uma expansão orgânica, sem novas aquisições.

Note-se bem: por enquanto.

Investment Grade Tabajara?

Alcançar o grau de "investment grade" pelas agências classificadoras de risco internacionais é um passo da maior importância para a economia do Brasil.

No entanto, ao contrário do que muito gente vem alardeando por aí, alcançar esse patamar de rating soberano não significa que "nossos problemas acabaram", como prometem os produtos Tabajara dos humoristas do Casseta & Planeta.

Em outras palavras, o "investment grade" não pode ser visto como um fim em si mesmo. E sim como um importante degrau na direção de avanços ainda mais significativos, sobretudo na melhora do gasto público e na área social do País.

Surfando a onda

Não têm sentido as críticas de que o Brasil não está se aproveitando do momento excepcionalmente bom de liquidez internacional.

O ambicioso trabalho do Tesouro Nacional na gestão do passivo do setor público, coroado hoje com o anúncio da recompra integral dos bradies, é uma prova inequívoca de que o País está surfando, e bem, essa onda de liquidez.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Alguém reparou....

... que o prefeito José Serra vem fazendo crítica atrás de crítica sobre as políticas monetária e cambial adotadas pelo governo?!?

Alguns investidores estrangeiros perceberam.

E começam a se interessar cada vez mais pelas NTN-Bs, títulos públicos atrelados à variação do IPCA, no qual enxergam uma espécie de proteção para eventuais manobras mais audaciosas em juros ou câmbio por parte do próximo governante. Seja ele quem for.

Levy, no BID

Sempre que é questionado sobre sua ida ao BID, o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, desconversa.

Diz que é um assunto que já foi muito ventilado, debatido, etc, etc.

Ao que tudo indica, Levy deixará o governo em direção a Washington até maio. Ocupará o cargo de João Sayad, que deixa o BID em abril, na ocasião da reunião de governadores que se realizará em Belo Horizonte.

Seu substituto será o adjunto, José Antonio Gragnani.

Camaradagem

Nas reuniões com representantes locais de grandes bancos estrangeiros, o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, José Antonio Gragnani, vem pedindo uma "forcinha" na divulgação do mercado brasileiro lá fora.

"Nós fazemos road-shows, fazemos seminários, mas quem efetivamente fará o marketing da atratividade e dos papéis que temos a oferecer no exterior são vocês", afirmou Gragnani num destes eventos, realizado há poucos dias.

Os bancos entenderam o recado. E muitos deles, que com a MP 218 terão de compensar com maiores volumes a perda dos "spreads" de certos produtos destinados ao investidor externo, já começam a centrar esforços nessa ação de marketing.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Conferindo a avalanche

A MP 281, que desonera o capital externo aplicado em títulos públicos, aumentará em quanto o fluxo de recursos estrangeiros destinados ao Brasil?

Uma resposta mais precisa para isso só poderá ser dada a partir dessa semana.

Isso porquê os grandes bancos estrangeiros estão dando prazo de pelo menos uma semana para seus clientes externos abrirem novas contas no País. Por razões burocráticas, explicam.

Para gestores, faz mais sentido se aumentarem os players diretos no mercado local (que negociavam Brasil via "linked notes") do que os volumes propriamente ditos.

Receita esclarece a MP 281

A Receita divulga nos próximos dias uma Instrução Normativa para esclarecer de vez a incidência do Imposto de Renda para quem quiser antecipar o pagamento de IR sobre o estoque aplicado em títulos públicos antes da MP 281.

Muita gente acreditava que não faria diferença antecipar esse pagamento hoje ou na véspera do dia 31 de agosto, data limite para a antecipação. Achavam que a incidência se daria até o dia da publicação da MP. Na verdade, o imposto incide sobre a performance do estoque até a data de seu pagamento.

A instrução também trará outras regulamentações.

Dr. Smith

Depois de embolar algumas das propostas para a recuperação da Varig, o ministro da Defesa e vice-presidente, José Alencar, ganhou um apelido carinhoso entre empresários do setor: "Dr. Smith."

Para quem não se lembra, Dr. Smith é personagem da série "Perdidos no Espaço".

Criava planos mirabolantes para salvar a tripulação da nave, mas inevitavelmente colocava-a em enrascadas.

A Reforma Agrária que não veio

Há algum tempo, o governo Lula contratou uma consultoria privada para planejar uma ampla reforma agrária no País.

Foram mais de sete meses de trabalho e pesquisas, a fim de elaborar um projeto ambicioso, que organizava a produção dos sem-terra e criava uma demanda final para os produtos através de mecanismos modernos - incluía, por exemplo, a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) - de comercialização.

Acabou sendo engavetada. E revelou que o Movimento dos Sem Terra (MST) é muito mais um instrumento de manobra política do que de bem estar de seus participantes.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Tirando o pé do acelerador

Se o resultado das exportações no mês de fevereiro seguir na mesma toada do fraco resultado parcial divulgado hoje, será a primeira vez desde julho de 2001 que o superávit da balança comercial (no acumulado de 12 meses) encolherá de tamanho.

A gritaria dos exportadores com o câmbio, que já anda à toda, tende a ganhar ainda mais força.

Furlan, na Fiesp (literalmente)

O próximo destino do ministro Luiz Fernando Furlan, segundo alguns de seus convivas, é a presidência da Fiesp.

Há quem garanta que ele já topou. E que no comando da entidade, cujos interesses ele sempre defendeu no governo, poderá reunir novamente Fiesp e Ciesp.

A conferir.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

O ferrolho era um ferrolhinho....

O "ferrolho" citado pelo secretário do Tesouro, Joaquim Levy, na isenção de IR para o capital externo em títulos públicos, causou a maior confusão.

Até especulações de uma possível centralização parcial de câmbio surgiram ontem nas mesas de operação.

Hoje, no entanto, a divulgação da MP 281, com a desoneração, viu-se que o ferrolho não passava de um ferrolhinho: ao limitar a "repo", impede na prática que o estrangeiro transforme um papel longo em papel curto, de liquidez diária.

O outro "ferrolho" todo mundo esperava: capital externo de paraíso fiscal, não tem isenção de IR.

Esconde-esconde?

Onde é que está afinal a PEC que acaba com a verticalização das coligações eleitorais?!?

Foi votada no último dia 8 de fevereiro e até agora não foi promulgada e publicada.

Vale lembrar que a OAB só espera essa publicação para ajuizar uma Adin no Supremo Tribunal Federal contra a aplicação da medida para as eleições de outubro.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Isenção do IR para estrangeiro: com ou sem prazo?!?

Vem nessa semana a proposta de isenção de imposto de renda retido na fonte para o capital externo alocado em títulos da dívida pública, entre outras propostas, como a criação de uma conta-investimento para esse investidor estrangeiro ou a não incidência de CPMF na abertura de capital das empresas na Bolsa.

Um ponto importante da proposta, no entanto, ainda é um ilustre desconhecido: haverá ou não um prazo de carência de internação desse capital para que ele obtenha a isenção tributária?

Há muita gente que desconfia que não impor um prazo mínimo, além de abrir a porta para o dinheiro de caráter mais especulativo, pode internacionalizar tesourarias locais.

A conferir.

BC: eterno alvo de críticas?

Em reunião fechada com investidores, promovida recentemente pelo banco Merrill Lynch, no Rio de Janeiro, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, acabou desabafando: eram criticados quando o BC não fazia o trabalho de recomposição de reservas, e agora são criticados por conta do alto custo de recomposição das reservas.

"Desconfio que o que acontece é que somos criticados sempre, independente do motivo", disse Meirelles.

Mais: jurou que, ainda que ninguém acredite, o BC não tem mesmo uma meta para a taxa de câmbio.