segunda-feira, setembro 19, 2005

Um debate perdido

É realmente uma pena que um debate tão importante como este, sobre o comércio das armas de fogo no Brasil, se perca em meio a sensacionalismos e campanhas mais emocionais do que racionais. De ambos os lados.

Com o plebiscito sobre o Parlamentarismo foi justamente a mesma coisa, assim como tantos outros debates importantes que se perderam no meio do caminho...

segunda-feira, setembro 12, 2005

Da maior importância

Manobra para distrair a atenção da crise política? Simples visibilidade para algum magistrado ou para o Ministério Público? Não vai resultar em nada?

Não importa.

O fato é que a prisão do ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, e de seu filho, Flávio, neste fim de semana, é da maior importância.

Menos pela prisão em si, mais por tudo o que ela representa.

BC x Tesouro. De novo?

Pode não ser uma briga tão feia assim, mas é fato que os ânimos entre as equipes do Banco Central e do Tesouro Nacional não andam dos melhores.

No centro das discussões, a atuação de cada um no mercado de câmbio. Há quem garanta que aquele estranho - e isolado - último leilão de compra do BC foi pura picuinha.


É briga antiga, que vem desde a transferência das emissões soberanas ao Tesouro.

sábado, setembro 10, 2005

O furacao passou?!?

Há uma impressao mais ou menos generalizada de que os contornos desta crise política começam a se delinear. Num exercício de pura futurologia, algumas hipóteses possíveis:

1) A responsabilidade política pelo "mensalao" cairá mesmo no colo de José Dirceu, que será cassado. Deputados que receberam os recursos também terao seus mandatos cassados.

2) Salvo a hipótese do tal cartao de crédito, o presidente Lula continua até o fim de seu mandato. Estará sujeito, no entanto, aos golpes de boxe da oposiçao cada vez que ensaiar levantar-se da lona.

3) Palocci também fica na condicional de fatos novos em Ribeirao Preto, mas dificilmente terá problemas. E tem tudo para se tornar um dos nomes de maior peso no PT daqui para frente.

4) A antiga idéia de cisao do PT tomará força e o partido pode voltar a ser uma legenda pequena, sem maior expressao no parlamento.

5) Será uma época de migraçoes intensas em diversos partidos políticos, especialmente aqueles diretamente envolvidos na crise. Legendas como o PSDB podem ganhar boa parte da ala mais liberal do PT e de partidos da base.

6) O PFL continuará sendo um partido fisiológico, e sem um nome de peso, deixará de lançar candidato próprio nas eleiçoes presidenciais de 2006.

7) Levará tempo para que o Legislativo recupere a sua credibilidade. O Executivo, nem tanto. O Judiciário, por sua vez, é o único que sai fortalecido da crise.

8) Os corruptos de plantao terao de achar outros meios para ganhar dinheiro de forma ilícita. A legislaçao será mais dura, as penas mais severas, mas infelizmente eles darao um jeito.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Incentivo fiscal para doações eleitorais!

Das diversas propostas apresentadas ao presidente do TSE, ministro Carlos Velloso, pela comissão especial de juristas - convocada pelo tribunal - para propor modificações na legislação eleitoral, uma promete ganhar destaque: a possibilidade de se deduzir do Imposto de Renda parte das doações feitas pelas empresas e pessoas físicas às campanhas eleitorais.

Segundo os relatores do anteprojeto enviado a Velloso (redigido pelo ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, que sabe das coisas), a mudança não implica em mais renúncia fiscal.

Detalhe: a modificação foi sugerida pelo próprio presidente do TSE, que vê nela a possibilidade de incentivar a legalização das doações.

quinta-feira, setembro 01, 2005

O drama dos desapertos

O provável desaperto fiscal que se verá daqui até o final do ano deixa uma "sombra" sobre o ritmo e a intensidade de outro desaperto: o monetário.

Se o governo gastar demais, a economia aquece demais... e o resultado sobre a política monetária a gente já conhece.

O drama é que a coisa ainda bate de volta no fiscal: se os juros caem mais lentamente, o alívio disso no custo de financiamento da dívida também acontece mais devagar.