Semelhanças

Dizem que, depois de muitos anos de convivência próxima, as pessoas acabam se parecendo fisicamente.

Verdade ou não, é impressionante a semelhança nessa foto (tirada no discurso de Tony Blair à frente do Partido Trabalhista, na última semana) entre o premier e o presidente dos EUA, George W. Bush.

O Brasil não é um país sério - parte XVII...

Há momentos em que as notícias e seus pergonagens beiram o surreal.

Foi o que aconteceu hoje, com a divulgação não-autorizada das fotos do dinheiro apreendido pela Polícia Federal no caso do dossiê contra candidatos tucanos.

De acordo com o delegado da PF encarregado do caso, o CD com as fotos sumiu de seu arquivo pessoal entre ontem à noite e hoje de manhã.

Ao perceber o sumiço, ele disse ter feito ligações para alguns jornalistas para checar se alguém tinha o CD. "Eventualmente, foi um furto. Eu não sei. Vão apurar"

Sem comentários.

Mudando de vida

Depois de Alexandre Schwartsman no ABN Amro, o Banco Central aprovou hoje a indicação do seu ex-diretor de Assuntos Internacionais, Beny Parnes, para a diretoria do Banco Bradesco BBI.

E do ex-diretor de Normas do BC, Sérgio Darcy, para o comitê de auditoria do Banco Santander.

Posando para a foto

Notem: o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem, nas últimas entrevistas, falado cada vez mais como ministro de uma segunda gestão do governo Lula.

Pitaco

O ex-diretor do BC, Alexandre Schwartsman, deu hoje seu primeiro pitaco sobre o que deve ocorrer com a Selic desde que deixou Brasília.

Aposta em uma queda de 0,50 ponto porcentual na taxa na próxima reunião do Copom, segundo relatório distribuído hoje aos clientes do ABn Amro.

Pacto com o D...???

O ministro Tarso Genro voltou a afirmar hoje que, se reeleito, o presidente Lula chamará todas as forças políticas para um "pacto" em torno de uma agenda positiva para o Brasil.

Especificou que o presidente chamaria o PSDB e o PFL para discutir Orçamento (possivelmente a questão da DRU e da CPMF) e a reforma política.

A idéia de um amplo pacto político não é nova, mas é bastante difícil, afirmam os consultores, ainda mais depois de todo esse escândalo do dossiê.

De qualquer forma, é preciso cuidado com o exercício de extrapolar o calor eleitoral para um possível segundo governo Lula. Na política, finda a eleição, a chama do debate costuma ceder espaço para o pragmatismo.

Wait and see

Foi impressionante o resultado do superávit do Governo Central (Tesouro, BC e INSS) em agosto: R$ 6,42 bilhões, exatamente o dobro das estimativas de 9 entre 10 analistas do mercado.

Em setembro, no entanto, a coisa pode ser diferente: a antecipação do 13º salário concedida pelo Executivo pegará em cheio o resultado do INSS no mês.

A conferir.

Peça-chave

Circula por aí a informação de que o dinheiro usado na compra do dossiê (inclusive os dólares) realmente tem origem legal, como antecipou hoje o jornal Valor Econômico.

Esse Blog ouviu que o doador já teria sido inclusive identificado: um grande latifundiário do Mato Grosso, que ganhou rios de dinheiro com a reforma agrária no estado. Ou seja, teria motivos - e desculpas - de sobra para doar uma boa quantia de dinheiro à campanha petista.

É um ponto crucial no escândalo do dossiê a origem do dinheiro: se tiver origem legal, não há chance de impugnação da candidatura de Lula ou da própria anulação do pleito. Que é, hoje, o que mais assusta o investidor.

Boa

No universo de piadas e charges políticas disponíveis na internet, há muitas coisas boas, mas incomparavelmente mais coisas ruins. Ou mal feitas.

Para quem quiser ver algo realmente inteligente: digite o termo Político Honesto no site do Google, clique em "Estou com sorte" e veja a resposta.

Boa, muito boa.

Medo

Na coletiva de imprensa que fará a partir das 16h15, o ministro da Fazenda, Guido Mantega tentará "acalmar os mercados" locais nesse ambiente de tensão dos últimos dias.

Só de pensar nisso dá um medo danado. Da última vez que Mantega tentou fazer isso, em maio, os mercados despencaram.

People are strange

Teses conspiratórias à parte, foi estranho o episódio envolvendo a divulgação antecipada do IPCA-15 de setembro no site do IBGE, nesta tarde.

Jornalistas da Agência Estado ficaram surpresos ao verem, no site do IBGE, os números que só seriam divulgados a partir das 9h30 do dia seguinte.

Não tiveram dúvidas em divulgar a notícia.

Pouquíssimo tempo depois, o IBGE simplesmente retirou a informação do ar. Como os jornalistas tinham imprimido a informação direto do site, mantiveram a notícia.

Alguma confusão e o IBGE achou melhor colocar novamente os dados em seu site e atribuir a um "acidente" a divulgação antecipada dos números - que vieram muito bons.

Pode ter sido um simples erro. Aliás, é o mais provável.

Muita gente lembrou, no entanto, dos "acidentes" envolvendo no passado as divulgações antecipadas de dados da inflação pela FGV. Quase sempre atribuídos a erros de inocentes estagiários.

Festa tucana

O ninho tucano está em verdadeira polvorosa com o novo escândalo político. E com a ampla cobertura, especialmente na televisão, que vem sendo dada ao episódio.

A possibilidade de segundo turno nas eleições presidenciais, avaliam alguns caciques do partido, vem crescendo a passos largos por conta desses acontecimentos.

E vem demanda....

Junte o comportamento do CDI com a volta da inflação para o terreno positivo e o resultado será o seguinte: mais demanda pelas NTN-B, o papel atrelado ao IPCA, que voltou a ficar tecnicamente atrativo para os investidores.

O Tesouro Nacional deve anunciar mais leilões do papel nos próximos dias.

Malas prontas

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, espera somente um momento oportuno, possivelmente a troca de cadeiras do final do ano, para se desligar do cargo.

Acredita que sua contribuição ao País já está devidamente encaminhada. E que a queda nas expectativas de inflação para 2007, que teimavam em resistir, é uma prova inconteste dessa contribuição.

Último round?

O escândalo envolvendo o assessor especial da Secretaria da Presidência da República, Freud Godoy, suspeito no caso da compra de um dossiê contra candidatos tucanos, trouxe novo ânimo para a campanha de Geraldo Alckmin.

Godoy acabou de pedir exoneração de seu cargo. Oficialmente.

Para os tucanos, essa pode ser a última chance de levar a disputa para o segundo turno.

Solução interna

Está aberta a temporada de apostas sobre quem será o comandante da equipe econômica em um segundo governo petista.

Há nomes para todos os gostos, de Dilma Roussef a Henrique Meirelles, passando pela manutenção de Guido Mantega, o que mostra o cuidado do presidente Lula em evitar qualquer sinalização nesse sentido.

De qualquer forma, tudo converge para uma solução interna.

De nomes novos, só apareceu o de Fernando Pimentel, atual prefeito de Belo Horizonte.

Injustiça, ainda que tardia

A confusão gerada pelas declarações do ex-economista chefe da Febraban, Roberto Troster, que levaram à sua demissão da entidade, mostram o quão delicada anda a relação entre o sistema financeiro e o Ministério da Fazenda.

Como a Fazenda tem o poder da caneta, o presidente da Febraban, Márcio Cypriano, não teve dúvidas em demitir o economista.

É uma coisa triste do Brasil: as instituições privadas não têm liberdade para dizer o que pensam, sob o risco de uma punição discricionária. Pois, tenham certeza, todo mundo na Febraban concordava com a opinião de Troster.

Só no tribunal

É praticamente consensual, em Brasília, que a solução para os impasses envolvendo o governo boliviano se resolverão apenas na esfera judicial.

A alternativa diplomática, confessa um ministro, está próxima do limite.

Água fria

Ontem, em jantar promovido pela consultoria Arko Advice com o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, muita gente saiu impressionada com o recado em relação às reformas: nada de tributária, nada de previdenciária, nada de trabalhista.

Tudo se resolverá, teria dito Berzoini no jantar, com mudanças legislativas/administrativas de menor custo político e social. De reforma mesmo, só sairia a política.

É preciso lembrar, de qualquer forma, que os discursos do presidente Lula e de seu partido têm ficado cada vez mais distante.

Céu de brigadeiro

A temporada de apostas para o Copom promete ser das boas.

Quatro grandes bancos já assumiram uma projeção de corte de 0,50 ponto na Selic: Bradesco, Credit Suisse, Deutsche Bank e Dresdner. O grosso dos analistas ainda fala de 0,25 ponto.

A conferir.

Hora marcada

Segundo assessores palacianos, a data do anúncio do pacote para o setor habitacional, que saiu ontem, foi escolhida a dedo: um dia sem maiores notícias ou divulgações relevantes e bem no meio do período eleitoral.

Lenha no debate

A notícia só sairá hoje de madrugada: o Fundo Monetário Internacional (FMI), em seu World Economic Outlook mais recente, prevê que a economia brasileira crescerá 3,6% neste ano.

A expansão do PIB do País, segundo o estudo, será bem inferior ao crescimento médio dos países emergentes, de 7,3%, e mundial, estimado em 5,1%.