sexta-feira, abril 28, 2006

Controle

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, provocou uma situação engraçada hoje ao chegar a um almoço promovido pelo Ibef, em São Paulo.

Uma pequena confusão técnica com as apresentações ameaçava adiar a já atrasada palestra de Meirelles, quando ele disse: "Estamos aqui resolvendo uma questão que toca fundo ao coração dos banqueiros centrais, que é a de quem controla o quê. No caso, as projeções da tela."

Risadas gerais.

Para um assessor de Meirelles, houve exagero de alguns veículos da imprensa sobre as declarações dadas ontem por Mantega sobre os juros. "Ninguém falou que os juros vão parar de cair", afirmou.

Só faltava essa

Era de se esperar: já na primeira reunião do Copom, uma simples declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, joga lenha na fogueira da discussão sobre queda forçosa de juros.

Não precisava.

quinta-feira, abril 27, 2006

Acelerando

O grupo espanhol OHL está com a mão no martelo para fechar a compra da Viaoeste, concessionária de algumas das principais estradas na região nordeste do estado de São Paulo.

E os negócios no setor de transportes, dessa e de outras empresas, não devem parar por aí.

quarta-feira, abril 26, 2006

Veja bem...

O temor do mercado financeiro sobre a meta fiscal de 2005 não está relacionada a uma decisão política do governo de não cumprí-la, mas sim a uma dificuldade operacional de realizá-la.

Sem gordura ou mesmo devendo carne, isso fica mais difícil.

Sobretudo se o cenário externo virar.

MP 281 na boca do forno

A MP 281, que isenta de IR o investidor estrangeiro em papéis públicos, será aprovada nos próximos dias em Brasília, com uma alteração: a inclusão do benefício aos títulos de estados e municípios.

Para ficar redonda em termos jurídicos, explica o relator da MP.

Outras emendas, como a inclusão dos títulos privados, aparentemente ficarão de fora.

terça-feira, abril 25, 2006

Compondo

Se Geraldo Alckmin sair eleito em outubro, guardem atenção ao nome de Antonio Augusto Anastasia.

Será um peso-pesado em um eventual governo tucano.

De fora para dentro

Acreditem, muita gente graúda na sede do BankBoston brasileiro ficou surpresa com as informações dando conta de que o Bank of America negocia o controle do banco com o Itaú.

segunda-feira, abril 24, 2006

Ruído

Não pegou muito bem o anúncio feito na última sexta-feira pelo Tesouro Nacional, de que não haveria nenhuma venda de LFT no mês de maio.

Começa a crescer, no mercado, a percepção de que o Tesouro pode estar colocando o carro à frente dos bois na sua estratégia agressiva de redução dos papéis pós-fixados na composição da dívida. Para gestores e tesoureiros, a decisão de não colocar LFT poderia ser feita sem gerar esse ruído.

Vale lembrar que uma coisa é mexer com os detentores de papel cambial - basicamente setor não-financeiro em busca de hedge. Outra, totalmente diferente, são os detentores dos pós-fixados.

quinta-feira, abril 20, 2006

Fez a fama...

Desde que assumiu o Ministério da Fazenda, no último dia 27 de março, Guido Mantega veio a público afirmar que defenderá a responsabilidade fiscal e a meta de superávit primário em nada menos do que ONZE datas diferentes. Em algumas delas, em mais de uma ocasião.

Como de lá para cá tivemos apenas 15 dias úteis, isso dá uma média de 0,73 defesas de responsabilidade na Fazenda por dia útil.

E olha que muita gente ainda não acredita nessas promessas!

Quatorze pontos para reflexão

Um interessante e sarcástico desabafo do economista Fernando Montero, impressionado com tamanho otimismo do mercado financeiro para fundamentos econômicos ainda distantes de uma "Brastemp".

"Em três meses veremos que:

1) não faremos 4,25% de primário;
2) que não existe tal coisa de piloto automático em Fazenda (hoje é o pacote agrícola, amanhã o governo forçado a contingenciar decisões do próprio governo);
3) em Brasília não sobrou ninguém.

Em seis meses veremos que:

4) câmbio de R$2,10 não é equilíbrio;
5) agricultura não está em equilíbrio;
6) previdência com salário mínimo de US$ 170 não está em equilíbrio;
7) BC não corta juros com eleições na porta, gastos públicos explodindo e economia crescendo 6%.

Em nove meses veremos que:

7) 4,5% de inflação com -13% de IPA agrícola e -20% de câmbio não é equilíbrio;
8) investimento crescendo 7% contra PIB de 4% não aumenta o crescimento potencial em um ano;
9) redução prometida da carga é realidade, sim, mas para 2007 e coincidente com aumento cheio em doze meses de despesas (até porque inflação este ano será muito baixa). O que significa, com menos carga e mais gasto corrente impactando em cheio 2007, o desaparecimento definitivo do investimento público.

Mas nada disso preocupa o mercado por que:

10) A economia estará blindada;
11) a política econômica é do Lula;
12) os fundamentos são fortes;
13) estamos a um passo do investment-grade;
14) o BC está sempre nas mãos de fundamentalistas malucos".

Pode explodir?

Pelos cálculos de uma consultoria, o barril do petróleo pode bater os US$ 80 no mercado externo que ainda assim a meta de inflação doméstica seria cumprida.

A própria consultoria alerta, no entanto, que o cálculo não inclui o impacto de tal aumento nos fluxos financeiros destinados aos mercados emergentes, o que afetaria o dólar e traria mais inflação.

Ganhando fôlego

Uma discussão importante está tomando forma e tem tudo para estourar após o último recado do Copom: os limites estruturais de nossa economia para uma queda sustentada dos juros a níveis realmente civilizados.

Afinal, se tudo continuar como está teremos nesse ano a menor combinação de juros reais e inflação de nossa história pós-estabilização econômica.

terça-feira, abril 18, 2006

Apoio externo

O presidente Lula receberá, em plena campanha, o apoio - e a visita ao Brasil - de importantes líderes políticos europeus.

segunda-feira, abril 17, 2006

Prova dos Nove

Nessa semana, reúnem-se a diretoria da executiva nacional do PMDB e os candidatos estaduais do partido.

Em boa medida, é uma reunião que selará o destino político de Anthony Garotinho. Em outras palavras, se ele sairá ou não candidato pelo PMDB.

As apostas são no sentido de que desta vez a candidatura Garotinho do PMDB morre para valer, embora o mesmo já tenha sido dito antes.

Velhos tempos

Conversa mais ou menos recente entre Lula e o presidente mundial da Alcoa, Alain Belda, sobre novos investimentos na planta da empresa em Poços de Caldas:

Lula: "Tenho muitas boas lembranças daquela fábrica em Poços, fiz grandes manifestações ali..."

Belda: "Eu sei bem presidente, eu era justamente o responsável por aquela fábrica na época. E o senhor não imagina quanta dor de cabeça aquilo tudo me deu"

Breve silêncio

Lula: "Veja só como os tempos mudaram, meu caro"

Sollo

A derrubada dos limites para as despesas correntes e para a carga tributária na LDO de 2007 não chega a preocupar. Na prática, esses limites nunca existiram mesmo.

O pior sinal veio da negociação em si.

Nela, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo ficou sozinho defendendo tais limites. No ano passado, contou com a ajuda direta do Ministério da Fazenda, através do secretário do Tesouro, Joaquim Levy, com a benção do ministro Palocci.

terça-feira, abril 11, 2006

Retiro

Esse Blog estará de folga durante essa semana. Volta na segunda-feira.

sexta-feira, abril 07, 2006

Repeteco

Chega a impressionar o destaque dado pela imprensa ao fato de Geraldo Alckmin bater Lula, de longe, nas intenções de voto à presidência no Estado de São Paulo.

Como se isso não fosse conhecido há muito tempo.

Tanto que os tucanos comemoraram mais a vantagem de José Serra sobre Marta Suplicy na eleição estadual.

Puxando a sardinha...

O trabalho jornalístico é quase por natureza um trabalho de erros e acertos, o que requer uma boa dose de responsabilidade no que se publica ou se deixa de publicar.

É com orgulho que esse Blog, com poucos meses de vida, pode constatar que mais acertou do que errou.

Entre os exemplos mais recentes, destaco a antecipação das candidaturas de Geraldo Alckmin à Presidência e de José Serra ao governo de São Paulo, o nome de Carlos Kawall e Paulo Valle para o Tesouro Nacional, o motivo real da queda de Palocci (o depoimento de Jorge Mattoso, da Caixa) e a desmistificação de que Armínio Fraga vem sendo um importante gurú econômico de Alckmin.

Também não faltaram erros, por exemplo o de que, em julho do ano passado, Meirelles deixaria o Banco Central.

Enfim, escrevendo e aprendendo.

Humor fino

Na sua primeira entrevista coletiva como secretário do Tesouro, Carlos Kawall provocou uma situação quase hilariante, ontem, em Brasília.

Sala de imprensa lotada. Um repórter de TV, entre empolgado e sério, pergunta: "O senhor se considera preparado para dizer não às pressões por maiores gastos nesse ano?"

"Não vou responder a essa pergunta", respondeu Kawall, calmamente, para espanto dos jornalistas e assessores presentes. Logo depois emendou: "Viu como estou preparado para dizer não?"

Provocou gargalhadas em toda a platéia. Com exceção do repórter.

quinta-feira, abril 06, 2006

Conversa animada

Na mesma roda, ontem, em conversa informal, José Antonio Gragnani, Reinaldo Le Grazie e João César Tourinho.

- Reinaldo, é impressionante como o seu nome e o do Tourinho sempre aparecem nas especulações de troca na equipe econômica em Brasília, espeta um jornalista.

- Sempre, mas com uma grande diferença: ele nunca quer. Eu quero!, responde Le Grazie.

Risinhos para lá e para cá.

Le Grazie era um dos nomes mais cotados para substituir Gragnani no Tesouro. O que não ocorreu.

Música para ou ouvidos....

Do candidato Geraldo Alckmin, em palestra hoje a produtores rurais no interior de Goiás:

"A independência operacional do BC está correta, mas hoje você está no piloto automático. O único item para controlar a inflação são os juros. Não pode ser assim. Tem de ter melhor política fiscal. Aí você pode ter uma política monetária mais adequada ao desenvolvimento."

Soluçao interna

Paulo Valle, atual Coordenador da Dívida Pública do Tesouro, será anunciado hoje como o novo secretário-adjunto da casa, no lugar de José Antonio Gragnani.

segunda-feira, abril 03, 2006

Zen?

Não é de hoje que o candidato tucano do PSDB, Geraldo Alckmin, e sua esposa, Lú, cultivam algumas práticas culturais do Oriente, por exemplo a arte milenar do Yoga.

Muito bom.

Só que é exatamente dessas práticas que pode surgir a primeira dor de cabeça para o ex-governador paulista: o uso aparentemente irregular de dinheiro público para uma revista "zen" editada pelo gurú de Alckmin.

A conferir.