Conto para juiz dormir
Dia desses, a esposa de um diretor de um grande banco suíço tomou um susto. Ao fazer compras no supermercado, foi informada de que a conta do cartão eletrônico que usara - em conjunto com o marido - estava bloqueada.
Ligou para o executivo, que tampouco entendeu a situação.
Dias depois, ficou tudo esclarecido: era ele quem havia assinado, anos atrás, a participação do banco no projeto de uma fábrica por meio de um fundo de private equity. O fundo já tinha vendido essa participação há tempos, mas uma juíza trabalhista, em ação movida contra a tal fábrica, encontrou no executivo o único nome com recursos suficientes para a causa, ainda que ele estivesse afastado da empresa - formalmente - há anos.
Esse é apenas um dos absurdos que a chamada "penhora online" com o sistema BCJur vem causando desde que caiu nas graças, principalmente, da justiça trabalhista.
No próximo dia 21, a FGV promove na sede da CNI em Brasília um grande evento com a participação da CVM, BNDES, STJ e outros órgãos do governo e do mercado para discutir esse problema. Acreditam que pode ser um entrave importante para o desenvolvimento de alguns produtos, sobretudo na área de private equity.