sexta-feira, junho 30, 2006

Engenharia

As empresas de leasing de instituições financeiras estão captando bilhões e bilhões de reais por meio da emissão de debêntures.

A BFB leasing, ligada ao Itaú, pretende fazer a maior operação já realizada no País com esse instrumento: R$ 15 bilhões.

O crescimento do mercado de leasing não explica, sozinho, tamanho apetite.

O que explica é uma vantagem adicional importante em termos de custos para os bancos, uma vez que, ao contrário dos CDBs, as debêntures não carregam a carga adicional representada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

quarta-feira, junho 28, 2006

Bagunça

Está gerando uma confusão mais ou menos a greve dos funcionários do Tesouro Nacional.

Não só para o mercado, uma vez que o Tesouro está atuando male male via mesa de operações do Banco Central, mas também para o cidadão que tem seu dinheirinho aplicado no programa Tesouro Direto.

Quem tentou resgatar hoje (dia de resgate) algum recurso aplicado no Tesouro Direto, simplesmente não conseguiu.

Ótimo para difundir o programa, ótimo....

Tucano voa?

Não se sabe ainda se é apenas torcida ou realidade, mas há rumores de que o candidato Geraldo Alckmin registrará uma boa dose de recuperação nas pesquisas eleitorais que saem neste final de semana.

A conferir.

terça-feira, junho 27, 2006

Areia na engrenagem

"Culpar bons fundamentos pela apreciação cambial é fácil, esperar o mercado fazer a correção é ingênuo, torcer por turbulência externa para reverter é estranho, celebrar o cenário como de crescimento sustentado é errado. Câmbio baixo e juro alto é a forma do sistema acomodar um bom ajuste externo com um mau ajuste fiscal", sublinha o economista Fernando Montero, lembrando que ainda estamos distantes de um cenário de "sustentabilidade" no crescimento.

Ele destaca que a reversão - ainda que não brusca - das contas externas nesse ano não se refletirá em mais poupança, tampouco mais investimentos da economia brasileira. "A reversão da poupança externa não parece corresponder a um esforço decisivo de acumulação. O ajuste interno privado, de um maior investimento e, portanto, do crescimento sustentável, ficou fora da agenda", alerta o economista.

Queda gradual

Para a entidade representativa do setor de infra-estrutura, a Abdib, a fórmula utilizada para a TJLP permite uma queda de 1,25 ponto porcentual na taxa de juros de longo prazo nesta semana, na reunião do CMN.

Ocorre que o risco Brasil, que em tese compõe a fórmula, subiu - e não caiu - desde a última decisão sobre a TJLP, no final de março.

Como ninguém conhece direito a fórmula, tampouco a sua aplicação na prática, a expectativa é de que a TJLP realmente seja mesmo reduzida. Mas só um pouquinho.

Coelho x Cartola - 2

Os "surpreendentes" dado do investimento público no Brasil a serem anunciados pelo ministro Guido Mantega (citado em nota abaixo) serão conhecidos na próxima sexta-feira, em coletiva de imprensa no próprio Ministério.

De novo: a conferir.

Convenhamos...

Uma equipe de assessores publicitários do candidato Geraldo Alckmin extrapolou hoje o limite do razoável: reunidos em um pequeno apartamento em São Paulo, torceram pelo time de Gana contra o Brasil!

Justificaram o estranho comportamento pelo fato de o avanço da seleção na Copa representar, em tese, mais votos para o presidente Lula.

Bom, nisso eles têm razão.

segunda-feira, junho 26, 2006

Coelho? De que cartola?

Chamou a atenção de alguns jornalistas, na sexta-feira passada, as afirmações do ministro Guido Mantega sobre números do investimento público que seriam divulgadas nesta semana.

"Não é verdade que o setor público está reduzindo o seu nível de investimentos. É uma incorreção. Vamos divulgar algumas tabelas mostrando que o investimento no setor público está crescendo no Brasil", disse o ministro, ressaltando que a imprensa "vai se surpreender com os dados".

A conferir.

sábado, junho 24, 2006

Pós Copa

O técnico da seleçao brasileira de futebol, Carlos Alberto Parreira, tem destino certo após a Copa do Mundo da Alemanha: o Corínthians, clube paulista que Parreira comandou no ano de 2002.

sexta-feira, junho 23, 2006

TJLP: para baixo

O Conselho Monetário Nacional (CMN) decide na próxima semana a meta de inflação para o ano de 2008 e a nova TJLP, base dos empréstimos de longo prazo do BNDES.

A meta de inflação fica onde está: IPCA de 4,50%, com desvio de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo. Já a TJLP, apesar do aumento do risco Brasil no último trimestre, tem tudo para cair um pouco mais. Hoje está em 8,15% ao ano.

Como lembra o economista Luiz Afonso Lima, da Telefonica, a aderência da TJLP à fórmula de sua composição, um mix de risco país e metas de inflação, é historicamente baixa.

quarta-feira, junho 21, 2006

Descolando?

Uma constatação interessante do economista Fábio Akira, do JP Morgan: nos últimos dois dias, enquanto alguns mercados emergentes mais "vulneráveis" nas contas externas, como Turquia e África do Sul, ainda balançavam com a volatilidade, no mercado brasileiro os ativos se moveram de maneira bastante positiva.

Ainda é cedo para dizer, lembra ele, mas pode ser o início de um descolamento.

Brain Storm

Até o fim de julho, deve ficar pronta a proposta final do PSDB para a área fiscal em um eventual Governo Alckmin.

Entre os economistas responsáveis pelo programa, há consenso sobre onde chegar (por exemplo, a redução da carga tributária), mas não como chegar lá.

Mais: não haverá nenhum "pacotão" de medidas para reduzir a carga tributária no primeiro dia de um eventual governo tucano, mas apenas sinalizações.

terça-feira, junho 20, 2006

Derrubando mitos

Das novidades em relação à área fiscal, destaca-se no último Boletim de Conjuntura do IPEA a nota técnica assinada pelos economistas Fábio Giambiagi, Samuel Pessoa e Mansuelto Almeida.

Com uma lupa nos dados do Siafi, eles derrubam a tese de que os grandes vilões do gasto público no Brasil são os chamados gastos discricionários ou os gastos com pessoal.

O novo vilão chama-se gasto social - pode chamar também de assistencialista - que vem crescendo a passos largos como proporção do PIB nos últimos anos, sem que isso implique em resultados. Além, é claro, dos gastos com a Previdência, sempre crescentes.

A nota pode ser acessada no site do IPEA (www.ipea.gov.br)

Pensando bem

"O Lula é um líder popular que abraça uma agenda mais ou menos racional. Pode não parecer, mas isso é um privilégio", lembra o economista Guillherme da Nóbrega, da Itaú Corretora, para quem o segundo governo Lula não será tão catastrófico como prevêem os mais alarmistas.

Se essa moda pega...

Vejam só que proposta interessante para a dívida externa brasileira, do candidato à Presidência pelo PSL, Luciano Bivar:

"Será extinta. Como? Através de um grande projeto de uma auto-estrada de norte a sul do país, seguindo o modelo das auto-estradas européias. Será financiado pelos credores externos e ressarcido através de pedágios por um período de até 50 anos."

Sem comentários.

segunda-feira, junho 19, 2006

Problemas técnicos

Devido a problemas técnicos com o servidor deste blog, o Na Mesa ficou sem atualização durante a semana passada.

Aparentemente, esses problemas estão resolvidos.

Obrigado pela compreensão.

sexta-feira, junho 09, 2006

De leve, de leve

Ontem, em reunião com gestores e traders de renda fixa na capital paulista, um representante do Tesouro Nacional deu uma sutil resposta para as críticas recentes de que houve exagero na colocação de NTN-B (papel atrelado ao IPCA) nos primeiros meses do ano.

"No começo do ano, muitas dessas pessoas que hoje nos criticam publicamente por termos colocado papel demais nos criticavam exatamente pelo oposto: que éramos muito conservadores nas ofertas, que a demanda por esse papel era muito maior, etc.", espetou.

Uma coisa é certa: depois do estrangeiro, é hora de trazer o investidor institucional para o mercado secundário desses títulos.

Cai, cai, balão

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de apertar a regra da verticalização eleitoral não desagradou a todos no meio político.

Muitos candidatos estaduais e na disputa ao Planalto viram na nova regra uma chance única se tornarem viáveis nas eleições. É o caso, por exemplo, de Guilherme Afif, que teria tudo para sair candidato pelo PFL ao governo paulista.

Para alívio de alguns, desespero de outros, agora o TSE voltou atrás na decisão.

quinta-feira, junho 08, 2006

Crise no BC

A coisa está feia no Departamento de Operações das Reservas Internacionais (Depin), do Banco Central. Em solidariedade ao ex-chefe do departamento, Daso Coimbra, mais de 30 funcionários - por exemplo da mesa externa e da mesa de câmbio - pediram seu desligamento da instituição.

Os pedidos de descomissionamento estão no Sisbacen.

A briga, aparentemente, tem a ver com a falta de resolução de um problema interno, envolvendo Daso e um colega, por parte do diretor Rodrigo Azevedo.

terça-feira, junho 06, 2006

O grande teste?

Há quem aposte em um grande teste para o estresse atual dos mercados globais: o momento em que alguns dos principais ativos financeiros entrarem no vermelho no resultado acumulado no ano.

Por enquanto, são pouquíssimos os que registram variação negativa no acumulado de 2006. Quando isso acontece, os saques de investidores finais costumam crescer. E é onde os grandes investidores buscam as melhores oportunidades, caso haja fundamento para embasá-las.

A conferir.

Nível PCC

Beira o rídiculo a encenação feita há pouco na Câmara dos Deputados por uma ala dissidente do Movimento dos Sem Terra (MST).

Os manifestantes invadiram o recinto, quebraram tudo o que encontraram pela frente e simplesmente "pararam" diante do apelo do líder do movimento, que negociaria com o presidente da Casa, Aldo Rebelo.

Imagino se o PCC, um dia, quisesse fazer valer seus direitos de maneira semelhante.

segunda-feira, junho 05, 2006

Criando cultura

Após a Copa do Mundo, o presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, entrega aos presidenciáveis um amplo documento com propostas para um choque de eficiência na administração pública.

Tem como base a adoção de algumas experiências administrativas usadas na Austrália e na Nova Zelândia, por exemplo a divulgação da contabilidade pública nos moldes da contabilidade privada, a possibilidade de os ministros contratarem gestores externos com metas a serem cumpridas e a inclusão da figura de um auditor-geral para acompanhar esses trabalhos.

Enfim, dar uma cara de gestão privada à ineficiente gestão pública brasileira.

Ainda que com um difícil potencial de avanço em Brasília, a idéia é excelente.

A GV Consult está trabalhando nesse momento para adequar a proposta à realidade do Brasil. O trabalho deve ficar pronto em um ou dois meses. E merece apoio.

Navegar é preciso

A estratégia do PMDB para as eleições de 2006 é irretocável: ao apoiar tanto Lula (PT) quanto Geraldo Alckmin (PSDB), coloca os pés em ambos os barcos e pode decidir com calma em que momento abandonar um e seguir com o outro.

Os líderes do PMDB sabem que, em um Congresso com menos partidos - e partidos mais poderosos - por conta da cláusula de barreira, a moeda de troca em qualquer governo será elevada para os peemedebistas.

Dilma topou!

Na semana passada, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, deu sinalizações de que o programa de ajuste fiscal de longo prazo, com redução das despesas correntes por um período de 5 a 10 anos, foi aceito pelo presidente Lula.

E acatado pelo ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, a mesma que bombardeou o plano quando ele ainda estava em plena gestação na Fazenda, sob a gestão de Antonio Palocci.

Pode ser uma ótima notícia para 2007.

quinta-feira, junho 01, 2006

Volatilidade




Ninguém sabe ao certo o tamanho do ajuste global dos mercados que está por vir. Mas uma coisa é certa: a volatilidade será algo com o qual todos terão de aprender a conviver nos próximos meses.

Febraban nas cordas

Chega a impressionar o poder de desarticulação da Febraban, a associação que reúne os grandes bancos com atuação no País.

Ontem, a entidade tomou uma rasteira ao ver aprovado pelo governo o teto de 2,9% nos juros do crédito consignado para os aposentados e pensionistas do INSS. Não foi a primeira e provavelmente não será a última.

O problema está no fato de os bancos indicarem para a presidência da entidade executivos mais do que ocupados com o dia a dia de suas instituições.

Palavra de quem já ocupou o cargo.

Não deu samba

Os gestores de recursos independentes lançam hoje a Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), uma nova versão da Associação dos Gestores de Recursos Independentes (Agir), que chegou a ser cogitada há alguns anos mas nunca saiu do papel.

A idéia inicial era a de juntar os trabalhos da Agir com os da Animec (Associação Nacional de Investidores do Mercado de Capitais), entidade que defende os interesses dos acionistas minoritários no mercado. Depois de praticamente dois anos de negociações, essa aliança acabou não dando samba.

A Amec será presidida por Luiz Fernando Figueiredo, ex-BC e hoje sócio da Mauá Investimentos.

Vida dura

Dia desses, um político envolvido no escândalo do mensalão foi procurar uma conhecida consultoria para tentar salvar a sua empresa, que anda na beira do precipício.

Foi elegantemente dispensado.