terça-feira, setembro 09, 2008

Estruturas

Vejam só que coisa mais curiosa: em um ambiente de crédito seco para as empresas, aquelas com uma estrutura de capital sólida e pouco alavancada - ou seja, justamente as que menos precisam acessar o mercado em busca de recursos - tendem a ser mais bem avaliadas. E pelo próprio mercado.

sábado, setembro 01, 2007

A CPMF não é a vilã

A possibilidade de transformar a CPMF em um imposto fiscalizatório já passou da adolescência. A discussão é quase tão antiga quanto a própria implementação da contribuição (pode chamar de imposto, que ela não se importa), em 1993, na época ainda com o nome de IPMF. Nunca foi adiante. A idéia é cobrar uma parcela mínima sobre cada operação financeira - ao contrário dos 0,38% incidentes hoje, o que em alguns casos representa um dinheirão.

Isso facilitaria bastante a vida da Receita e, de quebra, geraria algum troco. Há quem diga, ainda, que em caso de dificuldades ela poderia funcionar como uma rolha flexível para eventuais rombos fiscais, e que, por isso, é sempre bom mantê-la por perto, ainda que pequenina.

Como possibilidade real, essa alteração da CPMF só ganhou força mais recentemente, já na atual equipe econômica, na forma de uma proposta de redução gradual do tributo ao longo de anos, até que chegasse a algo como 0,01%. Essa foi uma das primeiras propostas a surgir no âmbito de um “pacote de estímulo ao crescimento”, para o qual o próprio governo, em um primeiro momento, se preocupou em não dar ares de pacote. Mas isso foi antes de ele ganhar nome pomposo, vindo de um marketeiro do Planalto. A proposta para a CPMF não vingou. Do pacote, ainda se esperam respostas.

Confira o artigo completo no Jornal de Debates

http://www.jornaldedebates.ig.com.br/index.aspx?cnt_id=15&art_id=10444

terça-feira, agosto 28, 2007

Entrando no debate socioambiental

Nem sempre os projetos de responsabilidade socioambiental no mundo corporativo são, para usar um termo largamente empregado no meio, sustentáveis. Ainda que não existam estatísticas confiáveis sobre o assunto, especialistas são unânimes em afirmar que a morte prematura de projetos de responsabilidade tocados pela iniciativa privada, em parceria ou não com governos, figura como um problema importante para o setor.

Os motivos são vários. Mudanças de gestão nas empresas, dificuldades orçamentárias, divergências de orientação com políticas públicas e com as entidades patrocinadas figuram entre os principais. O crescimento exponencial de projetos e entidades nos últimos anos, com centenas de empresas participantes e milhões de pessoas direta ou indiretamente envolvidas, também colabora.

Para ler a íntegra da matéria, acesse: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2808200728.htm
(para assinantes da Folha ou UOL)

segunda-feira, agosto 27, 2007

Devagar se chega longe

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, tem tudo para se tornar o dirigente com maior longevidade no comando do BC desde a sua fundação, no final de 1964.

Atualmente, só perde para dois ex-presidentes: Ernane Galvêas, que ficou ali de fevereiro de 1968 até março de 1974, e Paulo Hortêncio Pereira Lira, que se seguiu a Galvêas e permaneceu até março de 1979 no comando da autoridade monetária.

Meirelles assumiu o BC em janeiro de 2003.

Muita gente acha que ele já pode ser considerado o mais longevo, dadas as circunstâncias pouco democráticas do País durante a gestão dos dois primeiros. Curiosamente, foi um dos presidentes que mais sofreu especulações em torno de sua saída ou exoneração do cargo.

Até agora, continua firme e forte.

domingo, agosto 26, 2007

Para o bom percebedor, meia notícia basta

Antes foi o embate com o Tesouro com a folha de pagamento do INSS (veja em http://apalhano.blogspot.com/2007/01/tesouro-x-febraban-primeiro-round.html)

Agora, a Receita Federal acusando os bancos de nao pagarem a CPMF - na verdade, eles nao o fazem desde o comeco da CPMF, o que envolve uma verdadeira batalha judicial e bilhoes de reais depositados em juízo.

Há uma animosidade entre alguns setores da Fazenda e a Febraban. E o que nao falta é lenha para alimentar essa fogueira.

Derivando as idéias

Seguem os links de algumas materinhas produzidas para o Globo Online no Congresso Internacional de Derivativos, da BM&F, em Campos do Jordao.

A crise financeira, obviamente, foi assunto de destaque, assim como a necessidade de uma maior transparëncia em alguns mercados mais à frente. Para acessar o site, basta se cadastrar.

Regulaçao pós-crise (debate)
http://oglobo.globo.com/economia/
derivativos/mat/2007/08/24/297406793.asp


Eduardo Loyo (uma interessante análise sobre precos de commodities e seus impactos no Brasil)
http://oglobo.globo.com/economia/
derivativos/mat/2007/08/23/297392351.asp


Edmund Phelps (perfil)
http://oglobo.globo.com/economia/
derivativos/mat/2007/08/23/297387913.asp

segunda-feira, agosto 13, 2007

De volta

Após um bom tempo parado - um verdadeiro pecado no mundo virtual - o Na Mesa volta ao ar.

Prometo ser mais assíduo na postagem das notas.

Postarei matérias que ando fazendo para os diversos veículos para os quais venho trabalhando, além de links e referencias que achar interessantes.

No último mes, eu, Thiago Velloso e Jander Ramon fundamos a Pacto - Comunicacao Responsável, um projeto coletivo de amigos jornalistas com o objetivo principal de criar um ambiente de trabalho bacana e em que cada pessoa viva a sua vida da melhor maneira possível.

quarta-feira, julho 04, 2007

Barbosa no Santander ABN?

Já tem gente de peso defendendo a indicação de Fábio Barbosa como presidente do Santander no Brasil, caso o banco espanhol acabe assumindo as operações do ABN Amro por aqui.

A conferir.

segunda-feira, junho 25, 2007

Reinado



A corrida presidencial norte-americana anda esquentando.

O humor, ainda bem, vai junto.

Confiram na otima serie de cartoons no Cagle

http://www.cagle.com/

sexta-feira, junho 22, 2007

Parado onde está

Tudo aponta para a manutenção da meta de inflação em 4,5% nos próximos anos.

Poderia ser menos, ainda que gradualmente: a média de inflação ao consumidor nos países emergentes está bem mais para os 3% do que para os 4%.

Nao parece, mas faz uma diferenca danada.

quarta-feira, junho 20, 2007

O dilema do spread bancário

Sabe o spread bancario, aquele alvo constante de falatorio?

Pois bem. Não vai cair.

Ligue os argumentos abaixo

1) A previsão para a taxa de inadimplência no crédito bancário em 2007 é maior do que a do ano passado: 5,55%, segundo pesquisa divulgada ontem pela Febraban.

2) Publico novo. Trata-se de efeito direto da expansão do crédito para um novo universo de pessoas com menor renda e empresas de menor porte, com os quais os bancos ainda estão em processo de aprendizado.

3) A taxa de inadimplência representa, em média, um terço da composição dos spreads.

Ou se acredita muito no Cadastro Positivo - que de forno ja esta cansado - ou o falatorio vai continuar.

segunda-feira, junho 18, 2007

Vamos falar de projetos!

"Fulano é feio", diz um deputado federal.

"Não sou feio. E tenho espelho para mostrar", responde o fulano.

"É feio e mentiroso", retruca o deputado.


É nesses moldes que anda a cobertura jornalística do Congresso Nacional e do Poder Executivo nos últimos anos. Agora, a operação "Xeque-Mate", da Polícia Federal, está acirrando essa disputa de egos entre governo e sua base aliada com a oposição.

Com a devida ajuda da imprensa.

Já não é chegada a hora de políticos e imprensa deixarem de lado essa "politicagem" e passarem a fazer política de verdade?

Filhotes de Focus

A Febraban lança amanhã uma interessante pesquisa junto aos analistas de mercado, que será feita sempre após a divulgação das atas do Copom.

A idéia é observar, em um universo de mais de 50 instituições financeiras, o que mudou em termos de expectativas a partir do documento elaborado pelos diretores do Banco Central.

terça-feira, junho 05, 2007

"Pobrema"

Enquanto paixões e mentes discutem a Emenda 3, uma constatação pra lá de assustadora do ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel.

"Existem hoje no Brasil cerca de 30 milhões de trabalhadores com ações na Justiça. Outros 48 milhões estão na informalidade. Como a nossa força de trabalho é de 80 milhões, sobraram 2 milhões que não estão com problemas!"

segunda-feira, junho 04, 2007

Canais alternativos

Os números surpreenderam até os técnicos da Febraban: depois de crescer exponencialmente nos últimos três anos, a utilização do canal Internet Banking no Brasil manteve-se praticamente estável em 2006: 3,8%, na média, sobre 2005.

O número foi puxado pelo baixo crescimento da pessoa física: 3%. O uso por pessoas jurídicas cresceu 7%.

Para que esse número suba daqui pra frente, só há um caminho: aumentar o número de internautas no País.

O que não depende mais dos bancos, que por isso começam a observar outros canais de atendimento, sobretudo os ligados a aparelhos móveis, como o celular.

sexta-feira, junho 01, 2007

Luz amarela

Antes parecia um alerta exagerado.

Coisa dos mais alarmistas, como o ex-BC Gustavo Franco, diziam.

Agora, no entanto, são crescentes as dúvidas sobre a capacidade de o sistema financeiro doméstico operar em um ambiente de taxa básica de juros abaixo de 9% ao ano.

Não estamos falando do risco de uma quebradeira geral, mas sim de uma estrutura de custos e de obrigações que precisa mudar.

Isso envolve decisões oficiais por parte do governo. E decisões estratégicas por parte dos bancos.

quarta-feira, maio 30, 2007

Advices


Ainda sobre o tema postado abaixo, não há como deixar de lembrar de uma célebre frase de mr. John Pierpont Morgan, fundador do banco JP Morgan:



"Ouça muito, fale pouco e não escreva nada"


As coisas mudam

No calor da campanha eleitoral, em outubro de 2002, o então favorito Luiz Inácio Lula da Silva desdenhou de um comentário do então secretário de Comércio americano, Robert Zoellick, sobre a proposta de Alca para a América Latina.

"Eu não posso responder ao sub do sub do sub do secretário americano. Vou discutir a Alca diretamente com o companheiro Bush", espetou o candidato do PT. Erroneamente, pois o cargo de Zoellick tinha status ministerial.

Agora, o "sub do sub do sub" foi indicado para assumir a presidência do Banco Mundial (Bird), principal agente financiador de projetos públicos de longo prazo do mundo.

Moral da estória: sempre tome cuidado com o que fala.