sexta-feira, julho 01, 2005

O que há de bom e ruim nas CPIs

A verdade é que, entre os formadores de opinião, a instalação de uma CPI é sempre vista como uma coisa negativa. Mais: quase sempre acompanhada de descrédito. Mas elas também têm coisas boas.

O lado ruim (em ordem hierárquica):

1) As CPIs parecem muito mais voltadas a serem um palco de visibilidade política do que de resolução/apuração dos problemas/denúncias para os quais se destinam.

2) Costumam travar a agenda legislativa, o que em tese não deveria acontecer.

3) Tratam de escândalos, crimes e maracutaiais. Que, por natureza, já são bem desagradáveis.

O lado bom (também em hierarquia)

1) Chamam a atenção da sociedade para problemas que precisam ser resolvidos com urgência no País, inclusive mantendo acesa a chama da imprensa para investigar os fatos.

2) Funcionam como uma espécie de Justiça "fast food", daquelas que no fundo a gente gostaria de ver, com poderes para determinar investigações - com quebras de sigilos bancário, telefônico e fiscal - de maneira bem mais ágil do que a via do Poder Judiciário.

3) Trazem à tona, em função da dificuldade na agenda legislativa, alguns temas de consenso que realmente importam ao País e que necessitam de avanço.

Boa parte destas considerações, obviamente, só se referem às CPIs de maior visibilidade na sociedade, como as que estamos vendo neste momento, sobretudo a CPI dos Correios - que na prática já funciona também como uma CPI do Mensalão.